quarta-feira, 15 de julho de 2015

11ª etapa - Pau - Cauterets (188 km)



Os Pirinéus na sua plenitude, com o Tourmalet como pano de fundo, marcaram o dia de hoje do Tour, depois de uma jornada em que a Sky, ontem, terá deitado por terra as ilusões de um lote alargado de candidatos ao triunfo.

Não foi uma etapa de resignação, mas quase. Isto é, ataques nem vê-los, quando falamos de ataques, referimo-nos a ciclistas que lutam pela geral, esses refugiaram-se no seio do pelotão, resistindo à medida que este ia emagrecendo, com os kms a pesar nas pernas.

Contribuiu, e muito, para um abrandamento na alta montanha, a intensidade das duas primeiras horas de corrida, percorridas a 47 km/h, o que deixa sempre sinais de desgaste, para quem está no limite. Toda a gente queria ir para fuga e o andamento só abrandou quando se reuniram na frente um grupo de oito ciclistas, que se foi juntando aos poucos: Thomas Voeckler (Europcar), Julien Simon (Cofidis) , Steve Morabito (FDJ), Serge Pauwels (MTN-Qhubeka), Emanuel Buchmann (Bora-Argon 18), a quem se juntou mais tarde Arnaud Démare (FDJ) , Dan Martin (Cannondale-Garmin) e Rafal Majka ( Tinkoff-Saxo). 

O grupo rolou completo muito pouco tempo. Mais forte, e no seu terreno, o polaco da Tinkoff aproveitou os 17 kms da subida do Tourmalet para testar os seus companheiros de ocasião, e se melhor pensou melhor o fez, isolando-se a cerca de 50 kms para o final da etapa, e nunca mais ninguém lhe pôs o olho em cima.

No pelotão, Nibali ainda dava um ar da sua graça, tentando afastar alguns dos seus mais diretos adversários, imprimindo um ritmo mais forte no Tourmalet. Mas foi fogo de vista, pois na ultima ascensão a caminho da meta em Cauterets, perderia mais 50 segundos para o grupo VIP deste Tour. Um grupo que viu sair Bauke Mullema a cerca de cinco kms para a meta, e viu como Robert Gesink o perseguia, a tal ponto que perdeu o contacto do grupo de Froome. Está em jogo uma luta, pelos vistos titânica, entre holandeses pela conquista do melhor do Tour.

Froome já chegou com menos folgo,em relação a ontem, a Sky com apenas Porte e Geraint Thomas na frente, o que pode abrir portas para possíveis ataques, se a equipa britânica começar a acusar algum esforço . Só de forma unida, isto é, com ataques de Quintana, Contador, Van Garderen, Valverde e outros, será possível desmontar a supremacia da Sky. Mas será que eles se entendem ?

Esperemos por um golpe de sorte e de ousadia, pelo menos para dar um pouco mais de emoção a um Tour, que começa a ficar inquietantemente resolvido.

Dos portugueses, a registar o abandono de Rui Costa. Desde o início da prova que o poveiro parecia não estar no seu melhor momento, na etapa de ontem já se arrastou em demasia, e hoje preferiu abandonar. Os restantes só a luta por um triunfo de etapa interesse. Nelson Oliveita, Tiago Machado estão no meio da tabela, enquanto José Mendes um pouco mais no fundo da mesma. Decididamente, o Tour deste ano não foi vocacionado para os portugueses.

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