sexta-feira, 17 de julho de 2015

13ª etapa - Muret - Rodez (198,5 km)


As etapas ditas de transição nem são carne nem são peixe. Para uns, os favoritos funcionam como uma espécie de dia de descanso ou de projetos de estratégia para os dias seguintes, para outros, são dias para aproveitar ao máximo, com os ataques a sucederem-se até a fuga se concretizar.

O dia de hoje não era uma etapa propícia a sprinters, a chegada com cerca de 600 metros com 10% de inclinação era um bico de obra para os puros velocistas, tipo Greipel, Cavendish. Démare e até mesmo para Degenkolb. Durante a tirada, os favoritos recolheram armas e, eventualmente, observaram-se mutuamente, para saberam como estavam os adversários mais diretos. Quem estava mal, foi um dia óptimo para recuperar, disfarçando o melhor r possível, com o tempo também a ajudar, depois do dia de ontem, batido a chuva e a granizo.

Como é costume, também nestas circunstancias, os chamados aventureiros, a quem os franceses no seu léxico velocipédico apelidam de ” baroudeurs”, aproveitam ao máximo a oportunidade. Seis ciclistas foram para o ataque, mas só três iam concluindo com nota positiva a escapada, emprestando emoção, numa chegada de grande antologia. Kelderman, da Lotto-Jumbo, Thomas de Gent ( Lotto-Soudal) e Gautier ( Europcar) quase discutiam o triunfo entre si, mas quis o destino , mas mais as dificuldades dos ultimos mil metros, fossem alcançados já no ” virar da esquina ” para a meta.

Assistiu-se a um sprint de força, de grande potência e de grande sofrimento, numa luta direta entre Greg Van Avermaet e Peter Sagan, que o belga venceu , sem quase ter folgo para festejar, tal foi a intensidade do esforço. Sagan ainda tentou mas já não podia mais. O ácido lático acumulou-se em demasia, num esforço anaeróbico incapaz de suprir o oxigénio suficiente para a sua oxidação, e teve mesmo de dar aos pedais. Van Avermaet, esse, mal teve forças para esboçar um sorriso e levantar os braços. No grupo da frente, apareciam os melhores da corrida, transformados em sprinters de improviso.

Bauke Mulema furou, já dentro dos ultimos três kms, e foi-lhe dado o tempo do primeiro grupo, composto por treze ciclistas. Um furo, pelos vistos bem providencial, pois ninguém nos garante que conseguiria cortar a linha de chegada nesse reduzido grupo, ou se o furo existiu mesmo. Seja como for, Mullema foi 88º na tirada mas com o mesmo tempo do 4º classificado, o que o manteve no lote dos melhores dez do Tour.

Dos portugueses, Nelson e Tiago continuam a ser os melhores, mas dos três ( falta o Mendes) espera-se que, pelo menos numa etapa, consigam integrar uma fuga, quando mais não seja, para animar o “povinho” sempre à espera de uma alegria dos nossos conterrâneos, que vão sofrendo nas estradas gaulesas.

Classificações Completas

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